Editorial – Geração digital… Uma tragédia silenciosa em nossa família!

Uma pesquisa realizada pela AVG Technologies com famílias de todo o mundo mostrou que 66% das crianças entre 3 e 5 anos de idade conseguia usar jogos de computador, mas apenas 14% era capaz de amarrar os sapatos sozinha.

Num mundo cada vez mais marcado pela tecnologia, é fácil encontrar crianças que ainda não sabem nem amarrar os sapatos navegando na internet e usando smartphones ou tablets. Mas será que essa inserção tão precoce no mundo da tecnologia é benéfica para os pequenos?

Todos os extremos costumam fazer mal a quem adota tais hábitos, como o excesso de alimentos, de água, o excesso de velocidade com o carro, etc.; e com a evolução da tecnologia e a facilidade de acesso a ela, um novo questionamento surge em casa: “Qual o risco dessa crescente exposição aos dispositivos de mídia?” Tablets, notebooks, TVs, celulares. Todos os equipamentos são parte da nossa vida, mas podem e precisam ser melhores utilizados por nossas famílias.

Temos consciência de que todo progresso tecnológico, quando empregado para o bem, traz alegria e conforto à humanidade. São muitas as facilidades que essa nova tecnologia nos possibilita e abrir mão delas está fora de questão. Mas, devemos ter cuidado para que eles não interfiram em momentos fundamentais aos relacionamentos.

Não deixemos jamais de valorizar a companhia de quem está ao nosso lado, de olhar nos olhos durante um diálogo, de escutar o outro com atenção, de se fazer presente e curtir o momento em que estamos vivendo essa ou aquela situação.

Na obra Curso Dinâmico de Espiritismo, Herculano Pires, escreve:

“Na Era Tecnológica em que nos encontramos a subversão das estruturas antigas chega ao extremo. Profetas alucinados pregam a destruição pura e simples da família e a volta do homem a uma liberdade primitiva que nunca existiu”. 

Se já nos deixamos levar por esses costumes inadequados, busquemos modificá-los. Qualquer processo de reeducação é sempre mais trabalhoso do que a educação pura e simples, pois implica em deixarmos hábitos enraizados e substituí-los por outros.

Nessa época de tecnologia avançada e de cibernética, trabalhemos em nós mesmos a capacidade de vivenciar integralmente os relacionamentos pessoais. Busquemos desligarmo-nos do que está distante para valorizarmos e nos ligarmos verdadeiramente em quem está conosco aqui, agora.